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segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

[NES Review] Metroid



Toda grande saga tem que ter um início arrasador.

O ano era 1997. Eu acho.

Peguei uma SuperGamePower para ler e vi um tal de Super Metroid. Jogo descumunal ao que parecia, cheio de mapas, enorme. Fiquei pensando... cara, deve ser legal. Nunca tinha visto um jogo tão grande, com "1 fase" só. Nada era igual aquilo, para mim era novidade.

Pois bem, aluguei esse game numa sexta e terminei no domingo, pouco antes das 10 (precisava devolver no dia seguinte). A sensação de "imersão" e "você dentro do jogo" foi uma das poucas que senti em tudo que joguei até hoje.

Ok, fechei o jogo e ficou nisso. Houve um grande hiato de Metroid para consoles Nintendo na época do N64, que só veio a ser des-hiatado na época do GBA e do Cube. Nesse período eu havia mergulhado de vez no retrogaming, e ficava passeando pelas locadoras antigas da cidade. Eis que, na mesma locadora em que aluguei Super Metroid, vi o Metroid à venda, versão do Nintendinho. Confesso que comprei pelo nome e pelas lembranças do Super Metroid, jamais havia jogado a versão do NES.

Tempo passou, vendi o jogo para o nosso amigo Ipex. Porém, algumas semanas atrás estava caçando desafio e dei uma chance a Metroid. E aí a gente vê quanto tempo perdemos por puro preconceito =/

O jogo, que a princípio parece mal feito e tosco, é uma obra de arte, muito a frente do seu tempo. Provavelmente naquela época não havia hardware suficiente para obter o resultado que o Gunpeizinho queria, mas mesmo assim o jogo é espectacular. Acredito que esse game é o avô de todos os "dungeons crawlers / corredores enormes / etc" que seguem a linha do Castlevania Symphony of the Night e do próprio Super Metroid.

Depois de passar por Metroid, você vai achar que Super Metroid é mel na chupeta. Porque? SM tem MAPAS e é bem intuitivo, coisa que Metroid não é. Você vai ter que desenhar na mão o mapa ou ter um enorme senso de direção. Os corredores não são tão enormes assim, mas são extremamente confusos e parecidos.

Outro ponto bacana que vai te fazer odiar / amar Metroid, são os itens / passagens escondidos(as). É necessário, na maior parte das vezes, adivinhar onde as coisas estão. Depois de um tempo jogando, seu 7o sentido fica mais aguçado e você acaba por achar as passagens que se tornam óbvias.

A grande sacada na jogabilidade / progresso do jogo, é a sensação bacana que o jogo proporciona de imensidão a ser explorada. Você se sente numa caverna gigante, infestada de inimigos e com um objetivo que é tentar sair sozinhA de lá, vivA. É, vivA. Termine o jogo em menos de 1:30hrs que você vai entender o que estou falando.

Os controles são simples, apenas atirar e pular. De vez em quando, trocar de arma. Nada muito confuso, a resposta é excelente.

Os itens são aqueles já manjados: mísseis, morph ball (nessa versão se chama Maru Mari), bombas para se usar com morph ball, icebeam, varia suit, etc. A sacanagem é você começar com um tiro ridículo que tem 30 centímetros de alcance - haverá upgrade para isso mais adiante, não se preocupe. Temos também as famosas travas de progresso (não sei se é esse o nome técnico), você só conseguirá chegar a determinada parte do mapa se pegar os mísseis para abrir as portas vermelhas, ou a uma determinada plataforma se conseguir o IceBeam para congelar os inimigos e usar o HighJump Boots.

Sobre os gráficos, são daqueles da primeira leva do NES. Se você é exigente, jogue com filtro gráfico no emulador ou jogue o Zero Mission do GBA, já que ele é remake dessa versão. Apesar da simplicidade dos cenários, eles não chegam a ser chatos... mas às vezes é como se você estivesse assistindo um desenho do Tom & Jerry: a mesma janela e abajur passam várias vezes ao fundo, enquanto o Jerry foge do Tom. O som também não é lá grande coisa, mas quebra o galho. Acredito que o que acaba valendo é o alto grau de dificuldade e a caça por passagens secretas.

A história é a seguinte: no ano dois mil e lá vai pançada do calendário cósmico (pegue um no posto da esquina da tua casa, ou no despachante mais próximo), um grupo de bandidos denominados Space Pirates invade uma estação de pesquisa e roubam amostras de formas de vida chamadas Metroids. Esses carinhas tem potencial para serem usados como armas biológicas, e logo, a "polícia" interplanetária escala um de seus melhores agentes para recuperar esses seres - Samus Aran. A missão do(a) agente é adentrar a grande fortaleza e labirinto natural que é o planeta Zebes, recuperar as amostras dos Metroids, e acabar com os Piratas Espaciais liderados por Mother Brain. Fácil.

Esse game foi lançado um anos antes para DiskSystem e teve sistema de saves semelhantes ao de Zelda. No ano seguinte, a versão americana veio com músicas cortadas (não queria espoilear mais, mas... não há sirene ao escapar de Zebes na versão USA, só na DiskSystem) além de um sistema de passwords ao invés de saves para baratear a produção. É felas... PASSWORD num jogo desse porte. Eu amo a Nintendo of America...

Outra curiosidade fica por parte do "GO!" para produção do jogo. Reza a lenda que o presidente da Nintendo na época era um cara extremamente seletivo e chato, que reprovava a maioria dos projetos ao menos uma vez antes de ir para desenvolvimento (inclusive Super Mario). Já Metroid não teve esse problema, o presidente da Nintendo JPN (que não me lembro o nome agora) aprovou Metroid de primeira, por considerar a idéia genial.

Acho que não consegui passar tudo que percebi desse game para vocês, então fica a recomendação para teste. Esse jogo vale muito a pena ser debulhado. Levando-se em consideração que é um game de NES, se você prestar bem atenção nos caminhos na primeira vez que terminar, poderá fechar ele mais facilmente nas próximas vezes para mostrar aos seus amiguinhos que você é FODA (sem trocadilhos!).

É isso aí moçada, parafina do direcional porque a subida de Tourian é osso.







Dados do Game:

Plataformas: Famicom DiskSystem / NES / VirtualConsole do Wii
Jogadores: 1
Saves?: 3 slots no DiskSystem, Password pra versão NES. No VirtualConsole, não tenho idéia.
Tempo de jogo: O Bispo fechou com 2:15hrs mais ou menos. 5 finais diferentes, depende do tempo ao finalizar.
Data de lançamento: 1986 para DiskSystem, 87 para NES, 2007 para Virtual Console

Notas do Bispo:

Gráficos: 8,5
Som: 7,5
Jogabilidade: 9,5
Replay: 8
Geral: 8,5

Esse mapa vai de brinde.