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domingo, 15 de agosto de 2010

[NES Review] Battletoads



Como diria o Mendigo, "
Não perderás o porrete. Jamais."

Como todos sabem, no final dos anos 80 e início dos anos 90 foi a explosão dos games. Parafraseando o Costinha, "bum, era game pra todo lado". Haviam várias revistas especializadas, muita informação desencontrada, gente tentando encaixar cartuchos de Master System em Atari e poraí vai.

Nessa época, eu adorava jogar Tartarugas Ninja 2 e Megaman 3 do Nintendinho no meu fabuloso famiclone "Computer & Game", e terminava eles todo o fim de semana. TMNT2 eu tinha piratinha e Megaman 3 eu alugava na locadora. Eu sempre conhecia jogos a partir de revistas e de papos com a galera que frequentava a locadora ou na escola. À partir daí, ia atrás do game, pois se tem gente falando, é sinal de que é bom.

Fato é que, belo dia, eu estava terminando pela 89ª vez TMNT2 e meu irmão acabara de voltar da Ponte da Amizade com várias coisas, e, entre elas, um jogo com um sapo com cara de mau na capa. Eu imaginei que esse jogo seria horrível por se tratar de uma cópia barata do fabuloso jogo Tartarugas Ninja. Como a gente dá varada quando é pequeno não?

Eu não tinha nenhuma informação sobre aquele game, logo não tinha passado pela minha cabeça que ele poderia ser lançamento, pois lançamentos só existiam nas locadoras. De toda forma, testei por curiosidade para ver como era. E... quase caí da cadeira.

De cara, os gráficos da nave dos sapos chegando próximo ao planeta já eram espetaculares. E a música da tela de apresentação então? Acho que até hoje somente Battletoads e Buck Bumble do N64 me fizeram ficar pelo menos uns 2 minutos na tela de apresentação prestando atenção na música.

Comecei o jogo. Pimba, já tinha morrido logo no começo. Qualquer criança teria largado o jogo nessa hora e voltado para as Tartarugas Ninja (Óbvio! Todo mundo gosta de Tartarugas Ninja!). Mas não, continuei e joguei, e joguei até meus olhos quase caírem da cara. Esqueci momentaneamente de TMNT (Claro, todo mundo gosta de TMNT... Não dá para esquecer totalmente) e achei que, mesmo sem ter lido nada a respeito e nunca ninguém ter ouvido falar de Battletoads ainda aqui nas terras tupiniquins, o game era bom sim! Acho que foi a partir daí que comecei a perceber que não podemos dar 100% de credibilidade a tudo que lemos e confiar mais nos nossos instintos. Enfim.

Acho que continuei jogando Battletoads pela atmosfera que ele passava. Os efeitos sonoros, os gráficos... Caramba! Quando percebi que as mãos e os pés dos heróis ficavam enormes quando eles davam os "finishes" nos adversários... Que sacada! Como ninguém tinha pensado nisso antes! Aquela botinada não te dava uma sensação de ser tão poderoso quanto o Schwarznegger? A mim sim.

Battletoads tinha todos os ingredientes para se tornar um clássico logo de cara. Personagens muito carismáticos, gráficos que até hoje você percebe o capricho com os quais foram concebidos pela equipe da RARE e sons eram perfeitos... As músicas, incluindo o Rap dos Toads que era tocada no pause do game, eram fenomenais.

Depois que o jogo ficou conhecido, acho que ele virou uma espécie de desafio a ser batido para todos os que tinham NES e os que também não tinham. Se você terminasse Battletoads, você era o cara. Como era difícil esse game... E como é ainda hoje em dia. Tem que ser macho - ou pelo menos ter o dedão feito de adamantium - para ir até o fim do Turbo Tunnel e até o fim da sétima fase, a que você vai com o aviãozinho. Seus dedos doeram no fim dessas fases depois de desviar dos obstáculos? Os meus sim.

É sempre difícil falar de um jogo clássico, mas Battletoads merece que eu pelo menos tente expressar com o meu vocabulário parco o quanto ele foi importante para a minha formação gamística. É difícil encontrar também alguém que não goste de Battletoads (assim como TMNT), a não ser pela dificuldade.

A mecânica do game mistura o famoso beat'em up com pitadas de humor na finalizações dos adversários, fases de velocidade como se fosse um jogo de corrida e meios extremamente criativos de se combater os bosses. Por exemplo o chefe da primeira fase, você vê o sapo na visão do próprio boss e joga pedras em direção à tela.

Fica complicado enquadrar exatamente BT, pois as fases são bem diversificadas, mas tenha certeza de que o jogo entra na categoria ação. O que torna Battletoads um game diferente e dinâmico é que você não fica toda hora fazendo a mesma coisa como andar e bater, o game muda sua mecânica em cada fase.

O som é muito bom. Mesmo. As músicas são perfeitas e todas elas tem a cara da fase em que você está e te dão exatamente o clima do lugar. Quando os bosses entram em cena, a música ganha velocidade e você fica tenso, por conta da música e também porque sua quantidade de vidas vão diminuindo drasticamente.

Pois bem, como eu disse, é sempre muito difícil falar de um game tão bom quanto Battletoads, pois certamente eu não consegui passar toda a sua grandiosidade - apesar de ter 8 bits. Mas tenha certeza de que é melhor jogar e ver por si mesmo, do que ficar lendo o que eu estou escrevendo e imaginar como esse jogo é bom.

Aliás... você vê o quanto você é ruim em Battletoads quando nem com Game Genie você consegue terminar e, depois, vê o Cravinhos jogando a fase do Turbo Tunnel de cuesta! É de-más! É crássico!








Dados do Game:

Plataformas: NES
Jogadores: até 2
Saves?: Rá! Nem save, nem password.
Tempo de jogo: Para o Cravinhos, 5 segundos. Para uma pessoa normal, acho que uns 40 minutos sem warps.
Data de lançamento: Junho de 1991 segundo a Wikipedia.

Notas do Bispo:

Gráficos: 9,5
Som: 10
Jogabilidade: 10
Replay: 9,5
Geral: 9,5